Mobilidade verde é saída para reduzir poluição veicular

Mobilidade verde é saída para reduzir poluição veicular

home-noticias-legislacao-radar-no-transito-opiniao-acoes-educativas-midia-kit--mobilidade-verde-e-saida-para-reduzir-poluicao-veicularEstá cada vez mais difícil respirar em meio ao trânsito. Especialmente nos grandes centros, os veículos representam 86% das emissões de gases poluentes, sendo os carros de passeio responsáveis por 47% deste total. Ao analisar o trânsito como um local democrático, considera-se fundamental o estímulo de soluções criativas e econômicas de deslocamento. E sim, há caminhos fáceis para se construir uma mobilidade urbana sustentável.

Dentro do conceito da mobilidade verde, uma das soluções que tem ganhado popularidade é o compartilhamento de veículos, seja por carona ou locação. De qualquer forma, é mais uma maneira de contribuir com menos veículos nas ruas. “Mas estes esforços só fazem sentido se acompanhados do incentivo do poder público. Para reduzir o uso do carro, uma boa cidade oferece condições melhores aos cidadãos, investindo em um conjunto de ações, que vão da tecnologia de tráfego aos sistemas de gerenciamento da demanda de transportes”, afirma à Perkons Lincoln Paiva, diretor da Green Mobility, consultoria especializada no desenvolvimento de mecanismos para melhorar a mobilidade sustentável de empresas e governos.

Ainda que existam várias experiências, compartilhar carro ainda é algo pouco popular no Brasil. O governo federal até incentivou a carona solidária em 1970, quando estourou a crise do petróleo. Já em 2009, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo estimulou a prática como forma de reduzir a emissão de poluentes. “Ambas as propostas não surtiram o efeito desejado por muitos motivos, sendo o fator cultural possivelmente o mais forte”, completa.

Há sete anos, no entanto, o país tem as primeiras experiências sobre a locação de veículos como alternativa para gastar efetivamente pelo uso do automóvel que, no caso de particular, gera despesas constantes. É um nicho que atende parcela específica da sociedade, capaz de trocar a tarifa do transporte pública por uma mais cara, mas sua ressonância pode abalar o segmento automotivo. “Os apelos emocionais de beleza e rapidez dos automóveis já não atraem o cidadão urbano”, pondera.

Em Recife, por exemplo, foi adotado em 2014 o Carro Leve, primeiro sistema de aluguel de carros elétricos do país. A iniciativa é estimular o desenvolvimento de soluções para mobilidade, da mesma forma que Porto/Bike, iniciativa também no Estado de Pernambuco, que permite ao usuário ir de bicicleta até uma das cinco estações, retirar o veículo e devolvê-lo.

Economia colaborativa
A cultura do car sharing, popularizada nos Estados Unidos, serviu de motivação para amigos aqui no Brasil converterem o tempo ocioso de carros no trânsito em algo lucrativo. A Fleety nasceu em Curitiba para viabilizar o aluguel de carros entre usuários privados por meio de uma plataforma online.

A proposta revela o seu caráter colaborativo. As negociações quanto ao valor de retirada e devolução do veículo acontecem diretamente entre motorista e proprietário. O processo de locação é feito pelos site ou aplicativo que categoriza os veículos cadastrados. “Somos responsáveis pelas questões de segurança na operação. Para o motorista, o Fleety surge como uma oportunidade de ter um carro à mão sem burocracia”, define o Chief Design Officer (CDO) da empresa, Guilherme Nagueva.

A experiência bem sucedida no Paraná levou os empreendedores a testarem o sistema também em São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro. Conforme explica Nagueva, a escolha das cidades baseou-se na diversidade de porte e comportamento da população e perfil do consumidor de cada município. “A expectativa é abranger todo território nacional nos próximos meses e expandir para América Latina até o fim do ano”, ressalta.

Na contramão do atual momento econômico vivenciado pelo país, os resultados do sistema têm superado expectativas. “Ao final de 2015, contávamos com mais de 18 mil usuários e cerca de 2.500 carros cadastrados. Só no primeiro trimestre deste ano, a taxa de crescimento foi maior que de todo ano de 2015”, compara Nagueva. Ele afirma que este modelo de compartilhamento P2P (peer to peer) ainda é escasso no país, sendo maciçamente representado por empresas internacionais como Uber e Airbnb. “Por outro lado, todos temos o hábito de compartilhar algo entre amigos e família. O que propomos é que essa troca vá além da zona de conforto”, pondera.

Fonte: Radar Nacional

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