Elas estão com tudo: até mesmo para dirigir

Elas estão com tudo: até mesmo para dirigir

As mulheres ganharam ao longo dos anos a autonomia e direitos iguais aos dos homens, inclusive para dirigir. Em 1918, o Estado do Paraná tinha sua primeira mulher habilitada, Sonia Margarete Manfrinato. Somente 14 anos depois é que as brasileiras iriam pela primeira vez às urnas para escolher seus governantes. Passado quase um século, as mulheres dividem o trânsito igualmente com os homens. E dirigem melhor do que eles.

Pesquisa realizada pelo Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre mostra que, definitivamente, lugar de mulher não é pilotando o fogão, mas ao volante de um carro mesmo. A probabilidade de elas envolverem-se em um acidente de trânsito é 19% menor em relação aos homens.

Para os marmanjos que ainda não se convenceram disso, aqui vai outro dado: Das indenizações pagas no ano passado pela Seguradora Líder DPVAT, 24% foram para mulheres e 76% para homens. A diferença é ainda maior nos casos de morte, com 82% das vítimas do sexo masculino.

As estatísticas referentes aos condutores também reforçam a tese sobre quem dirige melhor. Foram indenizados no ano passados 58% dos motoristas do sexo masculino contra 9%, do sexo feminino. Do total de indenizações pagas por morte e invalidez envolvendo mulheres, 40% eram motoristas, 20% pedestres e 40% passageiras.

Paralelamente, o Ministério da Saúde constata que a quantidade de homens mortos no trânsito é quatro vezes maior em comparação com o sexo oposto. Os dados de 2009 revelam que 30.631 homens e 6.496 mulheres, 81,4% e 18,4%, morreram em acidentes no sistema viário brasileiro.

A seguradora britânica britânica Privilege Insurance, comprova a tese de que as mulheres dirigem melhor. No estudo, que considerou quesitos como direção defensiva, sinalização, respeito à velocidade e atenção, as mulheres fizeram 23,6 pontos de um total de 30. Já os homens marcaram 19,8.

Comportamento
De acordo com Andréa Lacerda de Freitas Carvalho, psicóloga e consultora na área de treinamento, especializada em Psicologia do Trânsito, o comportamento da mulher e do homem no trânsito é diferente. Segundo ela, as distinções são biológicas e culturais, mas deve-se evitar as generalizações. “Há habilidades diferentes entre os sexos. A mulher geralmente se sai melhor quando o assunto é linguagem. O homem em orientação espacial”, exemplifica.

Exames de neuroimagem trazem contribuições em relação a investigações sobre o cérebro, principalmente no que diz respeito à ação dos hormônios que ajudam a entender o comportamento dos motoristas de cada sexo. É comum que o homem seja mais agressivo no trânsito, menos paciente, mais audacioso e se arrisque mais. Por outro lado, a mulher tem um comportamento voltado para o cuidado. Ela tem mais receio e, portanto, é mais cautelosa ao dirigir”, explica Andrea.

Outro equívoco, segundo a especialista, é atribuir a cautela feminina à insegurança. “Não tem a ver com falta de autoconfiança. O ditado ‘Mulher no volante perigo constante’ não se aplica mais às atuais motoristas. Tanto que as seguradoras dão desconto quando o carro está no nome delas”, acrescenta a psicóloga.

A especialista em trânsito da Perkons, Idaura Lobo Dias, afirma que algumas atitudes por mulheres, como falar ao celular quando dirigem, podem comprometer a direção segura. “Fazer a maquiagem ou cuidar das unhas não combinam com direção. No trânsito, alguns segundos de desatenção podem resultar em acidente, por mais destreza que se tenha para executar tais tarefas”, afirma.

A vaidade também não pode afetar a segurança da motorista. Idaura lembra também que é preciso estar atento ao que calçar para dirigir. “O calçado deve oferecer segurança e flexibilidade para os movimentos dos pés, para não comprometer o uso dos pedais. Por isso, por exemplo, chinelos e saltos não são modelos recomendados”, conclui.

Fonte: Radar Nacional

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