Airbags e ABS agora são obrigatórios em veículos artesanais e buggies

Airbags e ABS agora são obrigatórios em veículos artesanais e buggies

airbags-e-abs-agora-sao-obrigatorios-em-veiculos-artesanais-e-buggiesFabricantes de veículos artesanais, de automóveis de carroceria buggy e de réplicas agora devem instalar nas unidades produzidas aibags e freios ABS. Obrigatoriedade foi instituída pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) por meio de duas resoluções publicadas na edição do dia 24 do Diário Oficial da União (DOU).

A Resolução 596/16 altera as regras dispostas na de número 380, de 28 de abril de 2011, sobre o uso do Sistema Antitravamento das Rodas (ABS). Já a Resolução 597/16 revoga o artigo 4º da de número 311, de 3 de abril de 2009, que dispensava veículos destas categorias da obrigatoriedade da instalação de airbags frontais.

Veículos de pequena série, aqueles que se enquadram na produção limitada por 100 unidades por ano, também entram para a lista. Os veículos artesanais são os modelos que se limitam a três unidades produzidas anualmente por fabricante. Já as réplicas são veículos também produzidos em pequena escala e com semelhança a outros modelos que saíram de linha há mais de 30 anos. Buggy é o automóvel usado para atividades de lazer capaz de circular em terrenos arenosos, dotados de rodas e pneus largos, normalmente sem capota e portas.

Segurança
A indústria automotiva passou a oferecer mais dois componentes de segurança há dois anos. Além do cinto de segurança, os automóveis começaram a sair de fábrica com airbag duplo e freios ABS de série. Os itens, antes oferecidos para veículos de luxo ou opcionalmente, ajudaram a ampliar a segurança no trânsito e, juntos, podem reduzir em até 60% os riscos de ferimentos graves. Mas só isso não basta.

Para especialistas da Consultoria Perkons, a indústria brasileira ainda está na contramão neste assunto em relação a outros países. “A demora fica ainda mais evidente pela perspectiva histórica de implantação de sistemas do gênero em países de primeiro mundo. Enquanto nos Estados Unidos o airbag frontal duplo e o freio ABS são exigidos desde 1995 e na Europa já se discute a instalação de direção autônoma em 2020, no Brasil, o cinto de segurança tornou-se obrigatório somente em 1998, pelo Código Brasileiro de Trânsito”, aponta o diretor e especialista em trânsito da Perkons, Luiz Gustavo Campos.

O cinto de três pontos para todos os assentos – agora considerado obrigatório para que automóveis testados pelo Latin NCAP atinjam pontuação máxima na segurança para ocupantes adultos – só deve passar a compor as estruturas dos carros nacionais a partir de 2020, conforme Resolução nº 518/2015, do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Estimativas da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), instituto de segurança de trânsito dos EUA, indicam que os airbags reduzem em 18% os riscos de ferimentos. Já sistema antitravamento de rodas, conhecido por ABS (Antilock Brake Sistem), reduz o risco de envolvimento em acidentes em 6% para carros.

O Centro de Experimentação e Segurança Viária – CESVI BRASIL – avalia que se o ABS tivesse sido instalado na frota nacional entre 2001 e 2007, pelo menos 490 vidas teriam sido salvas por ano e mais de 10 mil pessoas não teriam se ferido em acidentes. O impacto econômico disso seria um saldo positivo de R$ 630 milhões a cada dois anos. “De maneira geral, todos os itens com a finalidade de preservar a integridade física dos ocupantes podem trazer resultados satisfatórios em eventualidades no trânsito”, salienta o analista técnico do Cesvi, Diego Lazari.

Lazari avalia que a capacidade dos equipamentos em reverter tragédias no trânsito brasileiro é subjugada. O especialista afirma que antes de se tornarem obrigatórios, os itens passam por acordos junto aos fabricantes e devem superar os níveis de confiabilidade definidos na legislação. “Esse processo moroso acaba, muitas vezes, tornando facultativa a disponibilidade dos dispositivos”, acrescenta.

Trâmites burocráticos deixaram de ser pretexto a partir de 2014, quando passaram a ser obrigatórios o ABS e os airbags frontais. No ano anterior, estudo do CESVI verificou que um quinto dos veículos vendidos ainda ignorava a norma, ao passo que, no mesmo período, 91% dos modelos importados e vendidos no Brasil já possuíam os equipamentos.

Fonte: Radar Nacional

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