Sudeste tem melhores trechos rodoviários, mas estradas estão saturadas
A pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT) que analisa as condições das principais ligações viárias do país, coloca a região Sudeste no pódio quando o assunto é a qualidade da malha e da sinalização. Mas, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os motoristas que utilizam sistemas público e privado de rodovias em estados desta região sofrem com estradas saturadas.
Na pesquisa da CNT, dos trechos rodoviários que mais aparecem entre os dez melhores, em dez anos de avaliações, nove ficam em São Paulo. O décimo liga o estado paulista a Minas Gerais. As melhores rodovias estão concedidas à iniciativa privada e 99% dos trechos são classificados pela entidade de ótimos ou bons.
Três ligações estão ano a ano no ranking de qualidade: a que liga a cidade de São Paulo a Uberaba, em Minas, formada pelas rodovias BR-050, SP-330/BR-050; a que vai de Itaí a Espírito Santo do Turvo, em São Paulo, que conta com as rodovias SP-255 e SP-280/374; e o trecho entre a capital paulista e Limeira, no mesmo estado, formado pelas rodovias SP-310/BR-364 e SP-348. Essa última foi a melhor colocada no levantamento de 2015.
Em seguida, vem o trecho de Bauru a Itirapina, que esteve nove vezes no ranking dos melhores.
Vias que ligam Limeira e São José do Rio Preto São Paulo e Taubaté e Rio Claro e Itapetininga estão por sete anos entre as que oferecem melhores condições de rodagem. Já as ligações que vão de Ribeirão Preto a Borborema, Campinas a Jacareí e o trecho rodoviário que liga Araraquara-São Carlos-Franca e Itirapuã estiveram seis vezes nos dez melhores do Brasil.
Saturação
A região tem também 16 trechos rodoviários mais saturados em horários de pico. As estradas que estão neste rol são consideradas pela indústria como caminhos importantes para o escoamento da produção para capitais e o fluxo das cargas tem custo elevado para a cadeia produtiva.
As rodovias que ultrapassam a capacidade projetada necessitam de obras urgentes de ampliação, conforme balanço da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Do contrário, o quadro tende a se agravar.
Em quatro dos trechos mapeados, as estradas já suportam mais de duas vezes a quantidade de carga para a qual estão dimensionadas. A BR-116 responde por nove trechos entre os mais congestionados. Oito dos trechos mais movimentados ficam em São Paulo; seis no Rio de Janeiro e dois em Minas Gerais.
É o caso do Rodoanel (SP-270) em São Paulo. Nos horários
de pico, a saturação chega a 284%. Se nada for feito até 2020, a rodovia deve ter um fluxo 352% superior ao de sua capacidade. No Rio de Janeiro, a rodovia que mais recebe veículos de carga é a Duque de Caxias (BR-040). A movimentação está 216% acima de sua capacidade e, em cinco anos, este índice deve saltar para 291%. Em Minas Gerais, o trecho rodoviário mais problemático é a BR-262, com 123% de saturação, nível que deve chegar a 169%, até 2020. Outro trecho mineiro que demanda investimentos em infraestrutura fica também na BR-262, que vai de Belo Horizonte a Bela Vista de Minas.
Os investimentos estimados pela CNI para normalizar o tráfego nos trechos rodoviários são de R$ 63,2 bilhões até 2020. A cifra seria aplicada na execução de 86 projetos de modernização e integração do sistema logístico nos quatro estados, incluindo também melhorias em ferrovias e portos. As obras representariam uma economia anual de R$ 8,9 bilhões com o transporte de cargas para o setor produtivo.
Fonte: Radar Nacional
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