Setor de transportes fecha 25,3 mil postos de trabalho em dois meses
A recessão econômica atinge em cheio o setor de transportes. Só nos dois primeiros meses do ano foram fechados 25,3 mil postos de trabalho nas empresas de transporte e logística. Total equivale a um terço dos resultados do ano passado, quando 76,4 mil pessoas que atuavam no setor foram demitidas, revela levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Do total de vagas encerradas, 20,8 mil são do segmento de transporte terrestre. A demanda por serviços de transporte rodoviário caiu 9,6% no período. Já no acumulado de 12 meses, houve recuo de 10,4%. Em 2015, foram 53,4 mil demissões.
De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), os resultados confirmam as expectativas do transportador divulgadas em pesquisa feita no ano passado. Para 68% dos empresários ouvidos, a recuperação da economia só ocorrerá a partir de 2017. Desses, 20% creem que os resultados só começarão a melhorar em 2018.
Ainda conforme verificado na sondagem, 80% dos empresários foram obrigados a reduzir o quadro de funcionários em 2015 e 30% diminuíram as expectativas de fazer novas contratações neste ano. “O momento é de alerta e inspira cuidados nos diversos segmentos do transporte. Os dados revelados pela Sondagem de 2015 apontaram a pior expectativa em relação ao desempenho das atividades do transporte desde o início do levantamento, em 2012”, disse o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Caminhoneiros
Pesquisa sobre o perfil do caminhoneiro mostra que de 1.066 autônomos e profissionais contratados por empresas, 85,6% sofreram com a queda na demanda por serviços em 2015. Para 74,1%, a crise é o principal motivo no freio da atividade. A pesquisa que analisa o perfil dos taxistas também mostra uma diminuição de 94,1% na demanda, sendo que a crise é o principal motivo na avaliação de 43% dos respondentes.
A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador, que analisa todos os modais de transporte, aponta ainda redução da receita bruta no ano passado de 54% em relação a 2014. O estudo indica ainda que houve corte de 79,1% no quadro de funcionários.
Fonte: Radar Nacional
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