Motorista drogado poderá ser enquadrado na Lei Seca
Motoristas flagrados em fiscalizações da Lei Seca (11.708/15) sob influência de entorpecentes ou substâncias psicotrópicas – que agem diretamente no sistema nervoso – poderão ser enquadrados na tolerância zero. A proposta tramita na Câmara dos Deputados na forma do projeto de lei 317/15, ao mesmo tempo em que Detrans buscam a aplicação de drogômetros nas operações, alternativa para sustar a norma do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que institui a obrigatoriedade de exames toxicológicos para motoristas profissionais em processos de renovação ou adição de categoria à carteira de motorista.
A Lei Seca alterou o Código de Trânsito Brasileiro (9.503/97) com a finalidade de impor penalidades mais severas aos condutores alcoolizados. A infração é de natureza gravíssima e, além do álcool, também prevê sanções aos motoristas que forem flagrados dirigindo sob influência de substância psicoativa que cause dependência. A multa é de R$ 1.914,50 e a carteira fica suspensa por 12 meses.
No entanto, para configurar crime, o resultado deverá apontar um índice de álcool no sangue superior ao permitido, de 0,34 miligramas por litro de ar expelido ou de 6 decigramas por litro de sangue. No exame de sangue, o motorista será multado por qualquer concentração de álcool, e pode ser preso se tiver mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue.
“A proposição institui punições ao condutor que dirigir sob o efeito não somente de álcool, mas também de substancias psicotrópicas e entorpecentes, que mesmo rigorosamente proibidas são comercializadas e utilizadas de forma ilícita”, argumentou o autor.
O projeto tramita em caráter conclusivo e segue para análise das comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Drogômetro
Agentes de fiscalização de trânsito do Rio Grande do Sul começarão a usar o drogômetro nas operações. O início dos testes foi anunciado pelo Centro Colaborador em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os resultados do uso do equipamento nas operações do Detran-RS e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) serão apresentados em outubro no Congresso Internacional de Álcool e Drogas e servirão de base para a homologação dos equipamentos e regulamentação nacional sobre detecção de drogas em motoristas.
Os testes fazem parte da pesquisa do Cepad com a Secretaria Nacional de Políticas de Drogas, que no ano passado iniciou estudo sobre a legislação de outros países e a identificação dos aparelhos, além de provas com voluntários. Inicialmente, cinco aparelhos serão usados nas blitze. No projeto-piloto serão 250 testes em motoristas. Serão entrevistados posteriormente 50 agentes que usaram o equipamento para buscar respostas sobre a aplicabilidade dos testes.
De acordo com o diretor-geral do Detran-RS, Ildo Mário Szinvelski, o processo de regulamentação deverá ser rápido após a fase piloto. Szinvelski ressaltou que o assunto já é debate na Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, da Câmara Federal, e seus membros estão comprometidos com a agilização do processo e regulamentação no menor prazo possível. “Tão logo seja homologado, o Detran-RS utilizará o equipamento em todas as suas ações de fiscalização. Com a intensificação do uso do etilômetro nos últimos anos, conseguimos um resultado positivo na redução de acidentes no Estado. Não tenho dúvidas que os resultados serão ainda melhores com o uso do drogômetro”.
não poderiam dirigir o veículo, flagrados sob efeito de álcool, serão convidados a fazer a pesquisa. Com o consentimento, os pesquisadores aplicarão ao condutor um questionário e coletarão amostra de saliva, que será testada nos aparelhos disponíveis e terá o resultado confirmado em análise laboratorial. O motorista que participar dos testes não será penalizado por um eventual resultado positivo e terá sua identidade preservada.
Fonte: Radar Nacional
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