80% aprovam o transporte público como direito social
Conforme pesquisa da NTU, poder público é principal responsável por melhorias no transporte e recursos públicos devem auxiliar no custeio do serviço.
Alguns dos impactos esperados são: mais recursos para investimento (23%), melhoria no serviço (14%), melhoria na qualidade de vida (12%) e mais respaldo na formulação de políticas públicas (11%). Assim, espera-se a reversão de um quadro de dificuldades crescentes para o setor, que enfrenta a falta de prioridade ao transporte coletivo, investimentos aquém do necessário, o custeio operacional feito a partir das tarifas pagas pelos passageiros e, simultaneamente, a redução cada vez maior na demanda (30% em 22 anos e 9% somente entre 2014 e 2015).
Conforme o presidente executivo da NTU, Otávio Vieira da Cunha Filho, isso gera um círculo vicioso cada vez mais nocivo: menos passageiros resulta em menos recursos para o setor, que implica em redução de qualidade ou aumento de preços. “Essa redução no número de passageiros tem implicação direta no preço da passagem. O transporte público é insumo da produção econômica. Não é justo que esse custo seja repassado exclusivamente para quem usa. É preciso que toda sociedade de sua contribuição”, defende Otávio.
Na avaliação dos entrevistados, isso precisa mudar. Entre os congressistas, 72% defendem maior participação dos orçamentos dos entes federados e das empresas empregadoras. Já para os especialistas e pesquisadores, 82% citam que a fonte de recursos deve ser, primeiro, de usuários de automóveis, depois de orçamentos públicos e, em terceiro, das empresas empregadoras. “O custo deve ser dividido entre poder público, sociedade e tarifas. E há pressão permanente da sociedade contra aumento da passagem, porque ela é cara para quem paga. Mas a qualidade pelo valor que é pago é o que podemos oferecer. Estamos num ciclo vicioso que não avançamos”, complementa o presidente executivo da NTU.
No que se refere às gratuidades, a pesquisa aponta que a maioria dos entrevistados acredita que o custeio, hoje arcado pelos usuários, seja de responsabilidade do poder público. O passe estudantil pelo orçamento da educação; e a passagem dos idosos, pela assistência social.
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